Muitas vezes os pais têm dúvidas sobre quando devem procurar ajuda profissional para seus filhos. Por isso, separei algumas das principais queixas que merecem atenção.

Encaminhamento para avaliação psicológica:
Queixas principais: medos específicos, ansiedade, dificuldade em lidar com a separação dos pais ou perda de familiares, dificuldade de socialização (agressividade ou timidez excessiva), oscilações de comportamento, hiperatividade, dificuldade de atenção e baixo desempenho escolar.

Encaminhamento para avaliação psicopedagógica:
Queixas principais: dificuldade na leitura e escrita ou na área da matemática. Dificuldade no processo de alfabetização, memorização, desatenção e agitação.

Avaliações:
Após entrevista inicial com os pais para identificação das queixas e histórico de vida da criança (anamnese), a criança deverá passar por uma criteriosa avaliação, realizada em sessões individuais, para aplicação de instrumentos neuropsicológicos (testes) que visam detectar funções cognitivas como: atenção, memória, percepção, processamento viso espacial, coordenação viso motora, linguagem e funções executivas que são essenciais para a aprendizagem. Além disso, a avaliação é complementada com provas que avaliam as três habilidades principais: leitura, escrita e matemática. Feita essa exploração minuciosa, o diagnóstico torna-se mais preciso, podendo-se confirmar ou descartar possíveis Distúrbios de Aprendizagem, oriundos de Disfunção do Sistema Nervoso Central ou dificuldades transitórias que podem ser decorrentes de variáveis externas, presentes no contexto escolar ou familiar.
Os principais Distúrbios de Aprendizagem: Dislexia, Hiperlexia, Distúrbio da Expressão Escrita e Transtorno da Matemática.

A avaliação neuropsicológica pode auxiliar no diagnóstico de outros transtornos como, por exemplo, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Intervenção:
Após o diagnóstico, a criança poderá receber acompanhamento psicopedagógico para desenvolver as habilidades que necessita. Em alguns casos, a criança também pode ser encaminhada para avaliação com outros profissionais (neuropediatra, psiquiatra, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e psicólogo).

Algumas dificuldades que as crianças e adolescentes têm podem ser transitórias e não necessitar do auxílio de psicoterapia ou acompanhamento psicopedagógico. Às vezes, a conversa com adultos de sua confiança, como os pais, pode ajudar. Porém, caso os pais ou professores percebam que essas dificuldades estão acarretando prejuízos importantes na vida da criança ou do adolescente, deve-se realizar o encaminhando ao profissional de psicologia e/ou psicopedagogia.