Psicologia infantil – Falar e fazer

As crianças reclamam para escovar os dentes, para tomar banho, para fazer as tarefas, não querem comer, não querem dormir… E assim vai uma lista de coisas! O cenário se repete em muitas famílias. Frequentemente os pais se mostram cansados, pois já falaram muitas vezes a mesma coisa e as crianças continuam fazendo o que querem.

Pois bem, o problema reside exatamente aí. Falar milhões de vezes não garante que farão. Na verdade, o que acontece é que as crianças desligam e já nem ouvem mais. Você consegue manter-se atento e interessado numa conversa extensa em que a pessoa repete o tempo todo? É bem provável que não.

Frequentemente, o cenário está pronto para pegar fogo. É a batalha de todos os dias. Ninguém quer sair perdendo e, muito menos, as crianças. Os pais sentem o peso da cobrança interna pois, afinal de contas, “quem manda aqui?” ou “eu tenho que mostrar que sou a mãe, o pai”. E as crianças pensam: “falatório por falatório, eu fico aqui mesmo”.

Então, o que deve ser feito? Nessa hora, o segredo é manter-se calmo, se posicionar com firmeza, porém com afeto. Parece tão simples. Mas é claro que não é. Pensem que há coisas na vida que não se negociam com as crianças. Tomar banho, escovar os dentes e fazer as tarefas são exemplos disso.  Você pode até usar flexibilidade e bom senso quando a criança lhe pede alguns minutinhos extras para terminar um jogo, porém ela deverá fazer de qualquer jeito.

Quando você estiver falando para o seu filho que ele deve fazer alguma coisa, pois isso precisa ser feito mesmo, não faça isso como se estivesse convidando para um passeio: “Vamos comer?” ou “Vamos tomar banho?”. Faça afirmações: “daqui a 10 minutos é hora de desligar a TV para tomar banho”, “terminou o jantar, escove seus dentes”. Se ele não for, você pega na mão e o leva. Ele já está crescidinho e é forte para lhe enfrentar? Embora as coisas sejam mais difíceis quando os filhos estão maiores, não podemos desanimar. Trabalhe com regras e consequências, combinando-as previamente com eles, e as apliquem. Quando sabem que algo que não gostam vai acontecer, eles se previnem.

Portanto, a mensagem que eu quero passar para você é de que a tarefa educativa é realmente diária e contínua. É possível sim, construir relações mais harmoniosas e saudáveis com nossos filhos. Nós precisamos nos impor, o que é diferente de falar excessivamente e se desequilibrar. Nós precisamos ser firmes, o que não tem nada a ver com fazer ameaças vazias ou agressões morais e físicas. A retidão de caráter, o respeito pelos outros e a disciplina devem ser nossas metas primordiais. Filhos civilizados e éticos farão uma enorme diferença na sociedade. A maneira de educar em casa certamente irá se refletir na maneira de se comportar lá fora. E como pai e mãe que amamos nossos filhos, o que mais desejamos é que eles sejam queridos e respeitados e, é claro, que convivam com pessoas que tenham os mesmos princípios.

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